Material publicado pela Época Negócios, traz à tona uma estatística inquietante: mais de 70% dos programas de Transformação Digital falham no atingimento de seus objetivos originalmente estabelecidos. Algumas empresas, além de não atingirem os objetivos propostos, chegam mesmo a destruir valor, reduzindo a margem Ebitda de suas operações. Mas, se a única certeza é a mudança, se o cenário é volátil, incerto, complexo e ambíguo, e temos que entrar em uma jornada, onde de antemão sabemos que a estatística de sucesso não nos é favorável, o que fazer?

Sempre teremos os torcedores “do contra” que dirão: “sempre achei que transformação digital era um modismo…”, será que é mesmo o caso de jogarmos a toalha e voltarmos a fazer o que sempre fizemos? Bem, eu particularmente não acredito que esta seja uma opção e, sinceramente não a recomendo para nenhuma organização séria, que tenha alguma intenção de, no mínimo, manter sua relevância nos próximos dois ou três anos, pois trocar a dúvida do sucesso pela certeza do fracasso não me parece uma escolha sábia.

Conduzi algumas iniciativas fortes de transformação empresarial, algumas inclusive com a ambição de mudar radicalmente o status quo da organização, na minha experiência, aquelas que tiveram os melhores resultados foram as que contaram não somente com a liderança correta, do principal executivo com papel de agente de transformação, mas que também contaram com apoio irrestrito e em primeira pessoa da principal ou principais lideranças da organização. Neste campo, as delegações não costumam funcionar muito bem.

A organização em processos de mudança sofre muitos questionamentos, sobre novas formas de se organizar e de entregar resultados, e como sabemos, a inércia é uma das maiores forças em corporações, é aquela tendência das coisas voltarem a serem feitas como sempre foram feitas, principalmente se deram bons resultados no passado. É neste momento de forte questionamento interno, que o apoio das lideranças faz toda a diferença, e mostra para a organização, que mesmo com aquele sentimento de “frio na barriga” a mudança é necessária!

Claro, este não é o único aspecto que contribui para o fracasso dos esforços de programas de Transformação Digital, estou isolando aqui os aspectos mais técnicos como escolhas de tecnologias inadequadas, arquiteturas ultrapassadas ou não consolidadas ainda no mercado, que junto com características de gestão como orçamentos ou cronogramas inadequados à necessidade da empresa ou à realidade de mercado e estruturas de governança falhas para condução do processo de transformação digital, também levam os resultados dos programas de transformação para a sarjeta.

Não existe Programa de Transformação Digital que tenha todos os pontos críticos já mapeados no seu início, ou que consiga, de forma antecipada, se preparar para toda e qualquer turbulência que venha a sofrer. Normalmente, a gestão adequada do programa e a designação de profissionais com competências em Gestão de Mudança,  identificarão facilmente necessidades de adequação do programa e corrigirão o rumo de seus programa de transformação, de forma que ele tenha as maiores chances de ser bem sucedido.

Agora, se tudo que está aqui apresentado ainda não lhe sensibilizar de que navegar é preciso, mas que transformar não é preciso, sempre resta a opção de cruzar os braços, e esperar essa “modinha de transformação digital” passar, às vezes funciona não é mesmo?

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